sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

WRC: SERÁ O FIM DO SUPER RALLY?

Jean Todt se mostrou desfavorável à regra do super-rali, que permite que pilotos que abandonem as especiais do WRC retornem à prova. Mas o presidente da FIA deve enfrentar oposição tanto do público quanto das equipes.

Uma das regras mais polêmicas do WRC está com os dias contados. Jean Todt, presidente da FIA, defendeu a abolição do super-rali, que permite aos pilotos que deixam as especiais das provas do Mundial de Rali antes do terceiro dia retornar à competição, podendo assim computar pontos normalmente.


Adotada desde o Rali da Grécia de 2004, a regra divide opiniões. Enquanto os puristas do rali dizem que o super-rali só beneficia quem sofre com quebras, as equipes acreditam que o regulamento permite uma chance dos pilotos completarem a prova e assim, ganhar experiência.


Sébastien Ogier foi um dos beneficiados pelo regulamento em 2010. O piloto da Citroën teve a suspensão quebrada no segundo dos três dias do Rali da França, mas graças à regra do super-rali, voltou à prova e alcançou o sexto posto, batendo os adversários da Ford, Federico Villagra e Matthew Wilson.

“Não sou um grande fã do super-rali”, declarou Todt, já prevendo uma oposição dos torcedores que acompanham o WRC. “Talvez os espectadores — no caso as pessoas viajarem um grande tempo para ver os carros — ficariam desapontados por não vê-los”, ponderou o dirigente.

Crítico do super-rali, o presidente da FIA considera a regra injusta e artificial. Entretanto, apesar da oposição ao regulamento, Todt deixou claro que uma possível mudança não será feita de imediato. “Talvez possamos buscar uma alternativa para testar, mas marcar pontos depois de você ter abandonado [uma especial]? Não gosto dessa filosofia, não parece natural para mim”, considerou o francês. “Temos o processo de mudança, mas antes de mudarmos, precisamos ter certeza de que será uma mudança correta”, completou.


Se a regra do super-rali não agrada Todt, esta é vista com bons olhos pelas equipes do WRC. Malcolm Wilson, ex-piloto do Mundial de Rali, pai de Matthew Wilson e atualmente diretor da M-Sport Ford, vê no dispositivo legal uma possibilidade para que pilotos e equipes ganhem experiência, independente de uma possível quebra ou abandono durante as especiais das provas do campeonato.

“Custa muito para as equipes privadas, do Mundial Junior e do Super 2000 andar o mundo inteiro e quando eles abandonam no estágio de abertura, todo o dinheiro e o esforço são desperdiçados”, falou o britânico. “Mas o super-rali lhes dá uma chance para ganhar experiência. Isso mantém os carros nos estágios e isso é bom”, complementou o diretor da M-Sport.

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